História de São Roque de Minas

O Município de São Roque de Minas faz parte da região onde anteriormente habitavam os temidos Índios Cataguazes, (Catu-Aná ou Cataguás), que em 1675 foram dizimados pelo bandeirante Lourenço Castanho Taques.

Alojaram-se em suas terras, posteriormente, os negros escravos, fugidos das redondezas, que ali formaram os célebres quilombos, aproveitando as terras férteis da cabeceira do Rio São Francisco, então denominado “Cabrestos Grandes”. Esses negros viviam da agricultura, da pesca e da caça, e, durante longos anos resistiram ao domínio dos brancos. Somente em meados do século XVIII, possivelmente em 1758, Diogo Bueno da Fonseca, de ordem do então Governador das Gerais, conseguiu aniquilá-los em lutas sangrentas.

A partir dessa época, a região passou a ser povoada por mestiços e brancos provindos dos centros de mineração das vizinhanças, então em decadência.

O povoado surgiu como na maioria dos municípios brasileiros; da fé religiosa dos seus habitantes, que, em 1762 construíram uma capela em honra a São Roque, sob a liderança de Manoel Marques de Carvalho, o fundador da cidade. A capela localizava-se em terreno da fazenda de propriedade do fundador, onde hoje denomina-se Capela Vellha.

Posteriormente a fazenda foi vendida a Belarmino Rodrigues de Melo, que, em 1858, doou as terras que vieram a formar o patrimônio da futura cidade de São Roque de Minas. O povoado tomou o nome de São Roque.

A Paróquia de São Roque foi criado pela Lei Provincial nº 906 de 08-06-1858, então pertencente ao arcebispado de Mariana-MG.

O Distrito de São Roque foi criado pela Lei Estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891, pertencente ao Município de Piumhi, onde o denominado povoado de São Roque passou à categoria de Vila de São Roque. Na Divisão Administrativa, em 1911, nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 01 de setembro de 1920, e na divisão administrativa do Estado, fixada pela Lei Estadual nº 843, de 07 de setembro de 1923, o referido distrito figura como integrante do Município de Piumhi; mantido o mesmo quadro na divisão administrativa de 1933, bem como nas divisões de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, e também no anexo ao Decreto-lei Estadual nº 88, de 30 de março de 1938.

A Lei Orgânica Federal nº 311, de 02 de março de 1938 estabelece a criação de novos municípios, mas, somente em 17 de dezembro de 1938, por força do Decreto-Lei Estadual nº 148, criou-se o Município de Guia Lopes e a então Vila de São Roque, foi elevada à categoria de Sede do referido Município, desmembrando-se de Piumhi; o mesmo Decreto-lei criou também o Distrito de Serra da Canastra (ex-São João Batista da Serra da Canastra), cuja sede passou a denominar-se Vila de Serra da Canastra.

Em 01 de janeiro de 1939 é instalado solenemente o Município de Guia Lopes bem como o Distrito de Serra da Canastra.

A denominação de Guia Lopes, foi em homenagem a José Francisco Lopes, seu ilustre filho e bravo guia das tropas brasileiras durante a célebre “Retirada da Laguna”.

Na divisão judiciário-administrativa do Estado, estabelecido pelo mesmo Decreto-Lei Estadual nº 148, para vigorar no qüinqüênio 1939-1943, se apresenta o Município subdividido em 2 distritos: Guia Lopes (ex-São Roque), desligado do Município de Piumhi, e Serra da Canastra (ex-São João Batista da Serra da Canastra), desanexado do Município de Sacramento.

Segundo a divisão territorial do Estado, vigente em 1944-1948, e estatuída pelo Decreto-lei Estadual nº 1.058, de 31 de dezembro de 1943, o Município de Guia Lopes subdivide-se em 3 distritos: o da Sede (Guia Lopes) e o de Serra da Canastra e mais o de Vargem Bonita, cuja sede passou a denominar-se Vila de Vargem Bonita, sendo este criado pelo referido Decreto-lei nº 1.058, de 31 de dezembro de 1943, com território desmembrado do distrito-sede do próprio Município de Guia Lopes.

De conformidade com as divisões territoriais do Estado, em vigor nos qüinqüênios 1939-1843 e 1944-1948, e fixados, respectivamente, pelos Decretos-leis Estaduais nºs 148 de 17 de dezembro de 1938, e 1.058 de 31 de dezembro de 1943, o Município de Guia Lopes, criado pelo primeiro dos Decretos-Leis citados, subordina-se ao termo e à Comarca de Piumhi.

Guia Lopes foi elevada a sede de Comarca pela Lei Estadual nº 1.039 de 12 de dezembro de 1953, lei esta que criou também o Distrito de São José do Barreiro, cuja sede passou a denominar-se Vila de São José do Barreiro, pertencente ao então Município de Guia Lopes, cujo perímetro urbano e suburbano da mesma foi delimitado pela Lei Municipal nº 173 de 12 de janeiro de 1954.

Em 13 de Junho de 1954 é instalado solenemente o Distrito de São José do Barreiro.

Após um plebiscito popular realizado em 1962, o Município de Guia Lopes, por força da Lei Estadual nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962, teve sua denominação alterada para São Roque de Minas. (São Roque de Minas, para diferenciar do Município já existente de São Roque, sede do mesmo nome, no Estado de São Paulo).

HISTORIADOR: Antônio do Chico.